É sabido que leite, soja e ovos são os principais alimentos causadores de alergias alimentares, especialmente em crianças*.
Entre 2005 e 2006, uma petição com um milhão de assinaturas circulou pela Europa exigindo maiores informações sobre a presença de organismos geneticamente modificados em produtos originários de animais consumidores de rações transgênicas, principalmente carnes, leite e ovos.
Atualmente, as principais preocupações da comunidade cientifica mundial, sobre os efeitos adversos dos organismos geneticamente modificados (OGMs), centram-se na transferência à resistência aos antibióticos, graus de toxicidade e potencial alergenicidade dos produtos manipulados geneticamente.
Em 2002, o médico imunologista e alergologista londrino, Gideon Lack, escreveu sobre a migração de DNA de alérgenos para culturas de não-alérgenos, em Clinical risk assessment of GM foods.
No documento, o alergologista discorreu sobre o primeiro cenário de contaminação cruzada ocorrido em 1996, quando proteínas de castanha do Brasil foram transferidas para a soja transgênica.
Dessa forma, a proteína expressa na soja cultivada manteve sua alergenicidade, e pacientes alérgicos ás castanhas, sem respostas para soja, passaram a apresentar resposta mediada por IgE para alergia à soja.
Pesquisas mais recentes apresentam comprovações sobre a deposição de frações transgênicas, não apenas em outras plantas, mas também em tecidos de animais alimentados com esses alimentos.
Fragmentos de DNA de plantas transgênicas em leite e carne de animais
Uma revisão da literatura conduzida pela ONG Testbiotech encontrou crescentes evidências de que fragmentos de DNA de plantas transgênicas podem ser encontrados em leite, órgãos internos e músculos de animais.
Em abril de 2010, cientistas da Itália relataram a presença de sequências de DNA de soja transgênica em leite de cabras.
Traços deste DNA foram também encontrados nos cabritos e crianças alimentadas com o leite dessas cabras.
Em outra pesquisa, cientistas encontraram traços de plantas transgênicas em órgãos de peixes.
Professor Jack Heinemann. Universidade de Canterbury, Nova Zelândia, in: Report on Animals Exposed to GM Ingredients in Animal Feed
Transgênicos e Saúde Humana
O professor do programa de pós-graduação em Recursos Genéticos Vegetais da UFSC, Miguel Pedro Guerra, defensor de maior cautela com transgênicos, comentou sobre a incorporação de novas proteínas na cadeia alimentar e a ocorrência de alergias provocadas pelas modificações genéticas, em entrevista para a revista Galileu.
Para o professor, o FDA (agência americana que regula alimentos e remédios nos EUA) não conduziu testes e, em simplificação surpreendente, liberou plantas para o cultivo com base apenas no conceito de equivalência substancial.
Por esse conceito, plantas transgênicas são equivalentes às não-transgênicas.
Mas, muitos cientistas discordam dessa simplificação.
“Desde 1996, bactérias, vírus e outros genes introduzidos artificialmente no DNA de soja, milho e sementes de algodão e canola implicam em riscos de reações alérgicas mortais”, comenta Jeffrey M. Smith, do Instituto de Responsabilidade Tecnológica (IRT), com sede nos EUA.
“E as provas, colhidas ao longo da última década, sugerem ainda que estão contribuindo para o aumento das alergias alimentares em todo o mundo. Os cientistas sabem há muito tempo que os transgênicos podem causar alergias”, afirma.
O Reino Unido é um dos poucos países que realiza uma avaliação anual das alergias alimentares.
Em 1999, pesquisadores ingleses ficaram alarmados ao descobrirem que as reações à soja dispararam em 50%, em relação ao ano anterior.
A soja geneticamente modificada havia entrado recentemente no Reino Unido, a partir de importações dos EUA.
Na manifestação tardia de alergias, até que um alimento seja consumido com certa frequência, não é possíve detectar o processo alérgico.
“O único teste definitivo para alergias”, segundo o ex-microbiologista do FDA, Louis Pribyl, “é o consumo por pessoas afetadas, o que pode ter implicações éticas em se tratando de estudos programados.”
Ainda conforme documento do IRT, culturas OGMs podem criar novas alergias.
Em 2010, o Dr. Michael Hansen, PhD em impactos da biotecnologia na agricultura e cientista sênior da Consumers Union, ao participar de evento sobre transgênicos, em São Paulo, comentou que, no início de sua utilização, os transgênicos ocasionaram redução no uso de agrotóxicos. Porém, gradativamente, esse uso passou a duplicar.
O glifosato, princípio ativo do herbicida Roundup Ready (RR), da Monsanto, possui forte relação com prejuízos à saúde humana como reprodução indevida de células, aumento nas taxas de abortos espontâneos, má formação fetal e manifestações imunitárias como alergias alimentares.
Atenção!
Transgênicos na alimentação dos bebês e crianças menores
Atualmente, além de muitos corantes, açúcar, xarope de milho ou outro adoçante artificial, a maioria das farinhas engrossantes para bebês e produtos lácteos, incluso certas marcas de leite em pó, possuem transgênicos em suas composições, sem qualquer declaração nos rótulos.
Mulheres que amamentam, especialmente alérgicos, devem observar também a ingestão de carnes e ovos quando frente a alguma reação do lactente.
Leia mais:
Cientistas pedem fim dos transgênicos em todo mundo – Revista Caros Amigos
Cientistas de todo o mundo, preocupados com os perigos que os transgênicos representam para a biodiversidade, a segurança alimentar, a saúde humana e animal, exigem uma moratória imediata sobre este tipo de cultivo em conformidade com o princípio da precaução.
Eles escreveram uma carta aberta, assinada por 815 cientistas de 82 países, na qual se opõem aos cultivos transgênicos que intensificam o monopólio corporativo, exacerbam as desigualdades e impedem a mudança para uma agricultura sustentável que garanta a segurança alimentar e a saúde em todo o mundo.
Os cientistas fazem um apelo à proibição de qualquer tipo de patentes de formas de vida e processos vivos que ameaçam a segurança alimentar e violam os direitos humanos básicos e a dignidade.
Eles também querem apoio maior à pesquisa e ao desenvolvimento de uma agricultura não corporativa, sustentável, que possa beneficiar as famílias de agricultores em todo o mundo.
Fontes bibliográficas
Produtos com ingredientes transgênicos deverão trazer informações nos rótulos (Idec/2012)
Influência sobre CTNBio é trunfo das gigantes da transgenia
Comissão responsável por liberar pesquisa, produção e comercialização de transgênicos no Brasil é integrada por cientistas ligados às empresas do setor. Disponível em: Repórter Brasil.
Legalizados há 10 anos, transgênicos vivem apoteose
Lei 10.688/2003, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impulsionou o mercado dos transgênicos, lavouras de soja e devastação da Amazônia para plantio.
Dossiê Transgênicos: os dois lados da moeda. Revista Galileu. Editora Globo.
Foto: Roda 8 alimentos mais Alergênicos: World Allergy Organization (WAO)
Republicou isso em Nossa vida de cada dia….
Sobre o texto publicado em um site que defende escancaradamente o uso e consumo de transgênicos e agrotóxicos (já em seu nome – genpeace?? Oi?? )
Resposta abaixo.
Não vou refutar todo o comentário, pois é longo e cansativo. Quem quiser saber mais, consulte o google com o nome citado acima.
Grande parte de todo o prolixo texto se esvai no final do comentário, quando o próprio autor “referenda” (rs) uma das fontes citadas. Aliás, a principal, que diz o mesmo que esse blog.
>> DNA transgênico no leite e em órgãos de animais alimentados com transgênicos<<
Uma revisão da literatura científica conduzida recentemente pela ONG Testbiotech encontrou crescentes evidências de que fragmentos de DNA de plantas transgênicas podem ser encontrados em leite, órgãos internos e músculos de animais".
Leia completo em: http://pratoslimpos.org.br/?p=1648
E, também no texto acima:
"O único teste definitivo para alergias”, segundo o ex-microbiologista do FDA, Louis Pribyl, “é o consumo por pessoas afetadas, o que pode ter implicações éticas em se tratando de estudos programados.”
Já o trecho abaixo, desse blog:
O professor do programa de pós-graduação em Recursos Genéticos Vegetais da UFSC, Miguel Pedro Guerra, defensor de maior cautela com transgênicos, comentou em entrevista para a revista Galileu.
Foi desqualificado por ser parte de entrevista à revista Galileu, que segundo o pró transgênicos “está longe de ser uma publicação com o rigor científico para transformar em fatos algumas especulações.”
No meu tempo isso se chamava falta de ética e respeito com o trabalho alheio, da revista e do professor citado.
Mas, não para ai:
Para quem não conhece as facilidades de pesquisas no mundo virtual, apresento o sr. Jeffrey M. Smith, que segundo a falta de ética alheia:
“(sic) …não passa de um charlatão e não um cientista, e este instituto é uma miragem para não usar uma palavra mais forte.”
Esse é o Jeffrey M. Smith:
http://seedsofdeception.com/
essa, sua instituição:
http://www.responsibletechnology.org/
e esse, o selo Nom GMO (não OGM – Organismo Geneticamente Modificado):
http://www.nongmoproject.org/learn-more/understanding-our-seal/
Ainda tem filme, premiado nos EUA:
Monsanto, GMO Seeds of Destruction
Para concluir essa resposta, e não deixar tão cansativa quanto o referido postulante, vou citar ainda que o site defensor de transgênicos afirma com conhecimento limitado que:
“O aumento de agrotóxicos, se existir, é só para herbicidas. O consumo de inseticidas reduziu muito desde a adoção das plantas Bt. Toda informação deste IFT é suspeitíssima, por princípio.”
Contra fatos, não há argumentos, por isso se limitou a acusar o instituto que sequer sabe o nome. Não é IFT, é IRT.
Noticia 01, entre milhares:
Ao contrário do prometido, transgênicos trouxeram aumento do uso de agrotóxicos
http://www.sul21.com.br/jornal/ao-contrario-do-prometido-transgenicos-trouxeram-aumento-do-uso-de-agrotoxicos/
Noticia 02:
Pouca transparência marca estudos sobre riscos dos transgênicos
http://reporterbrasil.org.br/2013/11/pouca-transparencia-marca-estudos-sobre-riscos-dos-transgenicos/
Noticia 03:
Pragas resistentes aumentam vendas de pesticidas nos EUA
The Wall Street Journal
http://br.wsj.com/articles/SB10001424127887323475304578499751023640438?tesla=y
Noticia 04:
Transgênicos na Suprema Corte dos Estados Unidos
Por fim, o site que defende transgênicos tem um péssimo texto, não apenas pelo seu conteúdo.
Utilizar à exaustão (de quem lê), argumentos como “não concordo”, “fulano é isso”, “sicrano é aquilo”, “Não gosto”, apenas expõe o conhecimento limitadíssimo do autor sobre o tema, e sequer comentei sobre a afirmação de que alergia ao leite de vaca é insignificante.
Aos que pretendem atacar esse blog, utilizando esse texto, aconselho a procurar fontes realmente sérias e cientificas, não opiniões pessoais. Á menos que queiram, também, expor a própria ignorância sobre o assunto.
Aos urubus de plantão, que estão utilizando o texto de um site que defende transgênicos, com argumentos vazios, para atacar o blog, sugiro mais leitura e imparcialidade para avançar nos estudos. Chato se apoiar na ignorância alheia. Futrica é falta de evolução.