Fonte: IBFAN -Brasil/Ministério da Saúde (2000)
Assim como as necessidades de ferro corporal estão relacionadas às diversas etapas da vida, o grau de absorção intestinal de ferro também está vinculado à faixa etária. Por exemplo, uma criança de 12 meses apresenta absorção quatro vezes maior do que outras de diferentes grupos etários.
As reservas fisiológicas de ferro (0,5 g/kg no recém-nascido a termo) são formadas no último trimestre de gestação e, juntamente com o ferro proveniente do leite materno, sustentam a demanda do lactente até o sexto mês de vida.
Podemos, portanto, concluir que o nascimento prematuro, pela falta de tempo, o baixo peso ao nascer, e a pequena reserva que se forma no período, associados ao abandono precoce do aleitamento materno exclusivo, são as causas mais comuns que contribuem para a espoliação de ferro no lactente jovem, e consequente anemia ferropriva.
Na primeira infância (de 01 a 03 anos), o problema agrava-se em decorrência de erros alimentares, principalmente no período de desmame, quando frequentemente o leite materno é substituído por alimentos pobres em ferro.
O leite de vaca é um exemplo, pois apesar de apresentar o mesmo teor em ferro que o leite materno, sua biodisponibilidade é muito baixa e, como se sabe, após 01 ano, é frequente a substituição de uma refeição por mamadeiras.
*Leite de vaca integral não é o mesmo que fórmula láctea de partida ou seguimento.
Fonte
Anemia Ferropriva na Infância. Queiroz, Suzana de S.; Torres, Marco A. de A. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro. 76 (Supl.3):s298-s304. 2000
A anemia causada exclusivamente por quantidades inadequadas de ferro na dieta é rara antes de 06 meses de vida, mas torna-se comum entre 09 a 24 meses.
O padrão alimentar habitual observado em lactentes com anemia ferropriva consiste no consumo de grandes quantidades de leite de vaca* e alimentos não enriquecidos com ferro, nas refeições diárias.
No compartimento de transporte, o ferro se renova no mínimo 10 vezes por dia, sendo a principal via de intercâmbio de ferro entre os diversos compartimentos.
Transferrinas e lactoferrinas são glicoproteínas especializadas pelo transporte de ferro no plasma sanguíneo e no leite materno, respectivamente.
Fonte
Anemia por deficiência de ferro. Freire, Kenia M. Souza. Faculdade de Medicina de Itajubá. MG